quinta-feira, 12 de abril de 2007

Um Abraço pela Paz

A idéia do Projeto Um Abraço pela Paz, surgiu devido a fatos de violência entre alunos, e a proporcionalidade que esses fatos tomaram, então o Sr. Ricardo Paniago (associação de pais e mestres) e a Direção Colegiada da Escola Estadual Miguel Sutil, resolveram a lançar esse projeto no dia 12 de Abril de 2007, com uma fala sobre a violência do Sr. Ricardo e depois um grande abraço na Escola, onde todos os alunos deram as mãos e rezaram e pediram paz.

Denilson Rodrigues

3 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns pela iniciativa, e isso aí, se não unirmos nunca iremos vencer esse caos que se instalou entre nós chamado violência, que nos aprisiona dentro de casa.

chris disse...

Parabéns a todos vocês da escola Miguel Sutil, pela iniciativa. O tema é ótimo. Tem um vídeo bonito que se ralciona com essa campanha. A mensagem que o vídeo da campanha quer passar é que as vezes, um abraço é tudo o que nós precisamos. "Free hugs" é uma história real de Juan Mann, o homem que se encarregou da solene missão de sair por aí abraçando estranhos na tentativa de trazer novamente o brilho para a vida das pessoas, nessa época de pouco convívio social e falta de contato humano. O efeito que a campanha dos abraços criou foi fenomenal.
Bom trabalho e sucesso!!!
Veja tb uma motivação no site http://www.portalcab.com/videos/campanha-do-abraco.php

Anônimo disse...

Um abraço pela paz: uma iniciativa que surgiu em função de incidente violento, de extrema gravidade, entre alunos da escola Miguel Sutil e que pode tornar-se uma tentativa de mudar o comportamento de seus alunos e contribuir para um futuro mais promissor aos que entenderem e abraçar a proposta.

Acredito que um trabalho, permanente, de esclarecimento da importância de se combater a cultura da violência, que domina a consciência de grande parte dos alunos e da população em geral, é a única forma de sonharmos com um mundo mais justo e com menos violência.

Neste sentido algumas atividades coletivas já foram realizadas na escola numa tentativa de envolver todos os alunos numa mesma proposta de combate à cultura da violência. Imagino que um trabalho feito coletivamente e preventivamente seja mais proveitoso do que o tratamento individualizado a cada incidente. Não basta corrigir e repreender aqueles que pratiquem atos reprováveis, è preciso criar uma consciência coletiva de indignação e repudio a todo comportamento que contenha algum componente violento.

Nesta grande e complexa questão alguns aspectos são essenciais para se ter um bom entendimento do que se deve fazer. Em primeiro lugar é preciso entender e fazer com que os alunos, também, entendam assim, que a violência e a aceitação passiva dela, é uma coisa aprendida ao longo da história de cada vida, desde os primeiros momentos. Esta questão é importante pra possibilitar a reversão da deseducação para a violência, da desconstrução da cultura da violência.

Um outro aspecto que julgo importante na discussão deste tema é a explicitação de todos os tipos de violência desde os mais e visíveis como as guerras, os assassinatos e as agressões físicas até aqueles mais sutis e disfarçados como a falta de respeito com seu próximo (colegas, professores, vizinhos, familiares, etc.), a destruição e o descuido com a natureza, o preconceito racial e todos os demais preconceitos. Por fim e, principalmente, a existência da injusta pobreza que a maior parte da população é, inaceitavelmente, submetida e que é fonte de grande parte da ordem violenta a que todos são obrigados a submeter suas vidas.

Finalmente, é extremamente necessário esclarecer aos alunos as formas como se aprende a ser violento e a aceitar a violência como um acontecimento corriqueiro. Neste quesito acredito ser fundamental o permanente combate à maléfica influência da mídia na deseducação para a violência. A programação televisiva (principal veículo de formação da consciência coletiva) está repleta, saturada de cenas de violência, em sua maior parte de forma gratuita e desnecessária, que resulta na banalização da violência, na predisposição para a violência, na aceitação da violência. Hoje, junta-se à esta catástrofe televisiva a tecnologia informática que através do descontrole no seu acesso à “internet” e às “lan houses” permitem aos jovens contato a jogos e informações absurdamente violentos e imagens que distorcem a formação de uma consciência sadia e cidadã. Não propugno um boicote coletivo à mídia (não acredito que isto fosse possível no momento, mas gostaria), mas uma alternativa, mais prática e com muita eficiência, é a formação, a partir das escolas, de uma consciência crítica em cada aluno, de tal forma que eles próprios pudessem fazer a avaliação do que estão observando. Propugno que cada aluno adquira uma capacidade de avaliação crítica do que vêem abandonando a postura passiva de meros espectadores que tudo aceitam e absorvem.

Concluindo, acredito que todos desejem a paz, não imagino discordâncias a este posicionamento. Entretanto, colocar a questão desta forma simplificada não resolve nossos problemas. Na procura de soluções devemos enriquecer o debate levantando alguns questionamentos:
- que tipo de paz queremos?
- paz em uma sociedade organizada com muitos privilégios para poucos privilegiados seria possível?
- por que a paz mundial não é possível?
- a origem da violência é uma característica da natureza humana ou tem causas sociais e econômicas?
- a radicalização da repressão policial e da legislação penal tem resolvido ou resolverá a questão da violência?

Muitas outras questões podem ser lembradas, inúmeras respostas são possíveis. Sem ampla participação da comunidade e aprofundamento do debate desta questão, na procura de saídas coletivas para todos os níveis e tipos de violência, ficaremos eternamente lamentando o aumento da violência e a deteriorização de nosso processo civilizatório.

Professor Denílson, parabéns pela criação do blog. Está criado um canal para debate que pode ser um espaço em que toda a comunidade camapuanense possa participar expondo seus pontos de vista, propondo possíveis soluções e até mesmo desabafando-se.


Ricardo Soares Paniago, entendendo que tudo que é humano me diz respeito, como dizia um antigo e importante pensador.


Camapuã, 13 de abril de 2007.